Informações técnicas sobre Joanete

Joanete é isto: Causa de muitas discussões em mesas redondas de congressos até hoje. Técnicas novas. Técnicas velhas que voltam. Poucas unanimidades de conduta, temos de confessar, neste verdadeiro “balaio” de tratamentos corretivos. São mais de cem técnicas cirúrgicas descritas.

Acredito que a imensa maioria dos especialistas de pé e tornozelo necessitam de uma boa curva de aprendizado para tratar o joanete, bem como um pouco bom senso para escolha da melhor opção de tratamento. Na verdade, o bom senso na vida serve pra tudo, mas nestes casos em especial dos Halux Valgus( nome correto “da” ou “do” joanete ) o bom senso entra na jogada, e desde o início, na relação do paciente com seu ortopedista no consultório. Precisamos levar em conta diversos aspectos na condução deste problema. Aspectos sociais, de ordem psicológica e anseios do próprio paciente em relação ao procedimento, bem como a presença ou não de doenças associadas.
Cuidadosa avaliação do estado neurovascular do próprio pé deve ser feita.

Deve-se ter em mente sempre orientação todo o pós operatório doloroso. Todas as possíveis intercorrências devem ficar claras para o paciente. As cartas devem ser postas na mesa. Pra resumir é sempre bom finalizar: “…depois de toda a minha explicação, deixo a decisão de operar ou não com a senhora. Fique à vontade para procurar uma segunda opinião. ..Insegurança, talvez pra alguns. Eu prefiro chamar de bom senso.

Joanete é isto: Causa de muitas discussões em mesas redondas de congressos até hoje. Técnicas novas. Técnicas velhas que voltam. Poucas unanimidades de conduta, temos de confessar, neste verdadeiro “balaio” de tratamentos corretivos. São mais de cem técnicas cirúrgicas descritas.

Acredito que a imensa maioria dos especialistas de pé e tornozelo necessitam de uma boa curva de aprendizado para tratar o joanete, bem como um pouco bom senso para escolha da melhor opção de tratamento. Na verdade, o bom senso na vida serve pra tudo, mas nestes casos em especial dos Halux Valgus( nome correto “da” ou “do” joanete ) o bom senso entra na jogada, e desde o início, na relação do paciente com seu ortopedista no consultório. Precisamos levar em conta diversos aspectos na condução deste problema. Aspectos sociais, de ordem psicológica e anseios do próprio paciente em relação ao procedimento, bem como a presença ou não de doenças associadas.
Cuidadosa avaliação do estado neurovascular do próprio pé deve ser feita.

Deve-se ter em mente sempre orientação todo o pós operatório doloroso. Todas as possíveis intercorrências devem ficar claras para o paciente. As cartas devem ser postas na mesa. Pra resumir é sempre bom finalizar: “…depois de toda a minha explicação, deixo a decisão de operar ou não com a senhora. Fique à vontade para procurar uma segunda opinião. ..Insegurança, talvez pra alguns. Eu prefiro chamar de bom senso.
O termo joanete pode ser usado pra cistos, bursites e até para as proeminências de artrose na área do 1º raio da região da articulação metatarsofalangeana, mas halux valgus, por definição, é toda aquela patologia desta região em que existe lateralização do grande dedo com desvio medial de primeiro “meta”.

A anatomia da região é especial, principalmente em virtude da presença dos sesamóides, abaixo da cabeça metatarsiana. Ele fortalece a função dos flexores curtos. Para os leigos, é como se fosse duas patelinhas – “rótulas”- embaixo daquela região. Temos que levar em consideração esta anatomia diferenciada pra entender a patologia. Alguns pontos devem ficar:o equilíbrio da articulação é fundamental.

Seja por essas ou por outras estruturas como a forte placa plantar ou o complexo ligamentar sesamóide-falangeano ou o antagonismo entre adutor e abdutor ou pela inclinação fisiológica da própria junta. Qualquer alteração que haja dentro deste equilíbrio aí tudo se inverte.

A harmonia quebrada uma vez e a deformidade se torna progressiva. Praticamente todas as estruturas tendem a colaborar positivamente para progresso da patologia. Seja por contratura pura e simples como a cápsula lateral, seja por força deformante direta como ação do adutor. Um exemplo interesante é o do abdutor do hálux. Um R1 poderia perguntar espertamente sem ter estudado, como sempre, sabendo o mínimo de anatomia: “doutor, você não quis dizer adutor?”. “Não, eminente protótipo de osteoblasto”, seria minha resposta. Com a progressão da deformidade, o músculo abdutor passa pra baixo da articulação e passa a funcionar, por mudança de eixo, como pronador – rotador.

O hálux valgus é mais freqüente em mulheres na proporção de 3/1. Existem relatos até de 15/1. Sua idade de início é por volta da terceira década. É bilateral em quase 80% dos casos. Sintomático em 40%. O mais interessante aí é a idade média da correção cirúrgica não bate exatamente com o início do desenvolvimento da patologia.

Trata-se de uma doença do calçador, ou seja, de quem usa calçados. É bastante doloroso nestas situações. Pode haver em cerca de 40% dos casos transferência da carga, com hiperqueratoses dolorosas, para as áreas das cabeças do 2º e 3º metatarsianos. Esta é a apresentação do típico joanete.

É demonstrada a raridade da patologia entre os japoneses, pelo uso comum por lá da “tabi sandal”. Como nada é matemático na medicina, existem aqueles casos das famosas tribos africanas descalças que desenvolvem a doença. Eu diria que é a carga genética funcionando. Estes casos são geralmente assintomáticos.

Cerca de 80% dos casos de HV têm genética no meio. É comprovado. Em resumo: se você é mulher, tem por volta de trinta anos, sua mãe tem “joanete”, sua vó também, então seria melhor ter nascido no Japão. É muito provável que você, sendo uma “calçadora”ocidental moderna vá desenvolver o joanete.

Ele também pode ser distal, chamado de hálux interfalângico. O tratamento é mais simples, se isolado.

Pode ser juvenil e progressivo. Chamado de Hallux Valgus Juvenil e atribuído por alguns à hipermoblididade e inclinação medial da articulação cunha-metatarasiano. Um dos poucos casos de consideração estética que levo em conta, em virtude de efeitos psicológicos para a paciente jovem que a dificuldade de calçar sapatos pode trazer.

Diversos fatores devem ser considerados para se indicar aquele ou este tratamento.
De uma maneira geral algumas sugestões abertas pra discussão:

- o tratamento conservador com órtese, orientação de calçados,fisioterapia pode auxiliar no alívio dos sintomas nos casos mais leves;

- os casos estéticos não devem ser operados. As pacientes devem ser “convencidas” do contrário. Faço isto regularmente e óbvio, não tenho complicações;

- as órteses não curam o joanete. Aproveito aqui pra dizer que não existe tratamento corretivo que não o cirúrgico pro HV. Alguns autores, em casos de halux valgus juvenil o uso de órteses demonstrou redução do quadro em até 50% dos casos. As lojas de material ortopédico podem me xingar agora. A órtese de Baruk pode ser usada para o pós-op;

- a exostectomia (remoção da eminência medial), com capsulotomia e tenotomia lateral é comumente realizada de forma combinada com osteotomias proximais. O que vai variar é a escolha do corte do metatarsiano. Cunha de adição, subtração ou cupuliforme? A experiência do cirurgião vai falar mais alto;

- as osteotomias distais isoladamentes são usadas nos casos mais leves, com ângulos metatarsofalangeanos e intermetatarsianos menores que 30 e 13 graus respectivamente;

- devem ser consideradas mensurações radiológicas junto a outros fatores como presença de recidiva e experiência profissional para escolha do melhor procedimento;

- deve-se levar em consideração a congruência ou não da articulação metatarsofalangeana, presença de artrose ou varismo importante da art. tarso-metatáriscia na decisão operatória. É sabido que a osteotomia de chevron, que voltou a ser bastante utilizada, não deve ser usada nos casos de subluxação MTTF ou nos casos mais graves;

- deve-se lembrar da irrigação distal do metatarsiano e cuidado reforçado na utilização de técnicas de osteotomia distais.

Fonte: http://charlesbigfoot.wordpress.com/2007/11/25/joanete/
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Continuação da experiência da leitora 2 - Layla

Olá,

A cirurgia foi há 20 dias e já faz quase 1 semana que tirei os pontos e comecei a voltar à ativa.

O médico pediu para andar a barouk, no começo doeu mas agora não sinto dor apesar de ser bastante desconfortavel pisar só com o calcanhar.
Comecei a fazer fisioterapia, achei que ia doer mas é bem gostoso o alongamento e a massagem.

Voltei a trabalhar no escritório e mesmo deixando o pé apoiado numa cadeira no fim do dia fica inchado, bem mais do que quando estava quieta em casa. A fisioterapeuta disse que o inchaço só desaparece quando a pessoa volta a pisar com o pé inteiro, ou seja, ainda tenho 25 dias de pé gordinho pela frente.

Estou passando hirodoid pra cor voltar ao normal (a pele está avermelhada onde ficou enfaixado) mas não parece que ajuda muito. Quando lembro coloco a compressa de gelo. Não tomo mais remédios desde a 2ª semana depois da cirurgia.

O corte ainda está um pouco feio e a sola do pé descama um pouco. Estou passando óleo de rosa mosqueta em volta do corte.

Uso a muleta só as vezes, confesso que essa vida de deficiente físico não é agradável. Mas estou bem feliz por ter feito a tão sonhada cirurgia. Coragem meninas!!!

Beijos,

Layla
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Continuação da experiência da leitora - Layla


Olá,

Hoje fui na 2ª consulta pós operatória, faz 14 dias que operei o pé esquerdo. Tirei os pontos, doeu um pouquinho e ficou ardendo um tempo depois.

Vejam na foto que o pé está bem bonito, apesar de ainda um pouco inchado e levemente roxo. Nos cortes ficou uma casquinha e já posso lavar o pé! O médico recomendou passar algum hidratante na cicatriz, vou usar óleo de rosa mosqueta.

O médico enfaixou de novo para deixar o dedão no lugar pois demora uns 30 dias pra calcificar. Depois do banho preciso enfaixar de novo ou usar um espaçador.

Vou começar as sessões de fisiterapia para ganhar mobilidade no dedão e voltar a pisar com sandália de barouk. É importante mexer os músculos para circulação voltar ao normal.

Posso retomar a vida aos poucos, colocando o pé pra baixo enquanto for confortável.

Não sinto dor, só as vezes dá umas fisgadas e a cicatriz coça. Posso dizer que estou muito satisfeita!!!

Abraços,

Layla
(mandapralayla@gmail.com)
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Como enfrentar e conviver com o joanete (tratamento conservador, sem cirurgia)

Um problema muito comum nos pés é o hálux valgo, mais conhecido como joanete, que aparece relacionado ou não à atividade esportiva. Porém, alguns fatores podem aumentar a predisposição do atleta à essa alteração, o que pode comprometer a performance na corrida. Uma maior freqüência dessa deformidade entre os corredores está relacionada à participação crescente em atividades esportivas, principalmente de pessoas com mais de 40 anos, o que resulta num aumento considerável do número de lesões ligadas ao joanete.

O tratamento mais divulgado para o joanete é a cirurgia, contudo, como fisioterapeutas, além de informar o que é e porque acontece, vamos focar nesta matéria a possibilidade de um tratamento conservador, pouco explorado no meio ortopédico.

O hálux valgo é um desvio lateral do dedão do pé com o desvio medial do primeiro osso do metatarso (osso longo do "peito" do pé). Essa deformidade pode progredir para uma subluxação da articulação metatarsofalangeana, ou seja, resulta na perda do contato articular desses dois ossos que sofrem o desvio.

Muitas causas possíveis. O joanete ocorre quase que exclusivamente nas sociedades que usam sapato, o que historicamente é evidenciado com um grande aumento na incidência dessa doença após a Segunda Guerra Mundial, quando foram introduzidos modelos de sapatos mais modernos, principalmente com bicos mais finos. Isso também explica a alta prevalência de joanetes em mulheres entre quarenta e sessenta anos.

Apesar do uso de sapatos inapropriados parecer ser a principal causa, fatores intrínsecos têm um papel muito importante na formação do joanete. As principais alterações músculo esqueléticas que causam essa deformidade são: pé plano, pé pronador, contratura (tensão exagerada) do tendão de Aquiles, frouxidão ligamentar, genu valgo (joelho em "x") e hereditariedade.

Exame físico. A principal queixa do atleta com joanete é dor na articulação metatarsofalangeana do dedão, que é a articulação do dedão com o pé. Com a alteração do alinhamento ósseo, forma-se uma bursa (bolsa de líquido) na lateral dessa articulação, que facilmente se inflama. Essa bursa sofre irritação e inflamação devido ao trauma direto e a pressão repetitiva decorrente da corrida e do uso de sapato estreito. A pressão exercida pelo sapato pode causar o pinçamento do nervo do dedão, resultando em dor e adormecimento. O adormecimento é muito comum em corredores e pode envolver todos os dedos do pé.

O exame físico deve ser realizado com o atleta sentado e em pé, já que ao colocar o peso do corpo sobre o pé a deformidade, tanto do dedão como qualquer outra alteração biomecânica (de alinhamento), será acentuada. O exame minucioso da musculatura do pé e dos nervos dessa região deve ser realizado.

Em corredores é importante observar a caminhada e a corrida. A observação detalhada da caminhada e corrida na esteira pode revelar alterações mecânicas (músculo-esqueléticas) importantes para a escolha do tratamento adequado. Na nossa experiência, pacientes com joanete comumente apresentam fraqueza do músculo tibial posterior, pé plano (chato) e hiperpronado.

Além do exame físico e da análise da caminhada e corrida, o raio-X pode auxiliar na identificação de outras anormalidades, como dedos em martelo ou em garra, subluxações e luxações do segundo dedo decorrente da gravidade do joanete. O raio-X também esclarece o quanto severo é o joanete.

A formação do joanete resulta na limitação do movimento da articulação do dedão. Se levarmos em consideração que a corrida acarreta em uma sobrecarga (250% do peso corporal) sobre os ossos da parte da frente do pé, enquanto que a caminhada resulta em apenas 80% do peso corporal, fica claro o quanto a limitação funcional do movimento do dedão pode comprometer a performance do atleta.

Tratamento conservador. O tratamento conservador deve ser a primeira alternativa, principalmente no caso de corredores, já que a cirurgia de correção do hálux valgo tem como principal conseqüência a rigidez ou diminuição do movimento da articulação metatarsofalangeana. Conseqüência essa que pode prejudicar o rendimento do corredor e principalmente alterar a pisada, formando um mecanismo compensador que pode levar a outros problemas ortopédicos.

O tratamento do hálux valgo deve focar não apenas a deformidade do dedão, mas também as alterações biomecânicas que, associadas, podem causar essa deformidade.

O tratamento inicial tem como objetivo diminuir a dor e a inflamação. Para atingir esses objetivos a fisioterapia pode fazer uso da aplicação do ultra-som, gelo e mobilização articular do hálux. A utilização de medicação antiinflamatória auxilia o tratamento fisioterápico e deve ser prescrita por um especialista (ortopedista). É de extrema importância que as atividades atléticas sejam modificadas para reduzir o stress causado no joanete. Deve-se evitar corrida em terrenos irregulares (principalmente com subidas), treinos de tiro e atividades que envolvam chutes (futebol e lutas marciais) ou posturas ajoelhadas. As atividades mais indicadas para essa fase são: ciclismo, natação, remo e deep running (corrida dentro da água com uso de flutuadores).

Com a redução da dor o fisioterapeuta deve focar na restauração da mecânica normal da marcha, o que envolve equilíbrio muscular e adequado alinhamento das articulações do membro inferior. Assim que o atleta referir melhora da dor, devem ser iniciados o relaxamento e alongamento dos músculos e tendões da perna e pé que se apresentam encurtados, para que se evite qualquer limitação do movimento nestas regiões.

Os principais músculos a serem alongados são: os músculos da panturrilha (gastrocnêmio e sóleo) e o músculo que dobra o dedão (flexor longo do hálux). O alongamento do músculo do dedão deve ser realizado e instruído pelo fisioterapeuta, que ao aplicar suave tração na articulação buscará primeiramente o alinhamento da articulação, já que deformidade deve ser corrigida manualmente antes da aplicação de força na direção que se deseja alongar. O fisioterapeuta deve ensinar e treinar o atleta para que este repita o alongamento três a quatro vezes ao dia.

Simultaneamente com os exercícios de alongamento deve ser iniciado um programa de fortalecimento para a musculatura intrínseca do pé e músculos da perna. Os músculos mais importantes a serem fortalecidos são: músculos abdutores e rotadores externos do quadril, tibial posterior (este músculo ajuda no suporte do arco do pé, controlando a pronação) e os músculos da sola do pé.

A progressão do número de repetição e resistência indicada para cada exercício depende da força inicial de cada músculo e da presença de dor um dia após os exercícios. Portanto, deve ser definida pelo fisioterapeuta que está guiando o seu tratamento.

O programa de fisioterapia dura em média duas a cinco semanas. Ao retornar à corrida o atleta deve manter os exercícios de alongamento e fortalecimento duas a três vezes por semana.

Cirurgia. Alguns corredores po­dem não obter sucesso com o tratamento conservador, principalmente nos casos em que a alteração da articulação é mais acentuada. Para estes casos a cirurgia pode ser uma boa opção, já que atualmente a correção do alinhamento do dedão é menos agressiva, permitindo uma recuperação mais rápida e com menos seqüelas.

Fonte: http://revistacontrarelogio.com.br/materia/como-enfrentar-e-conviver-com-o-joanete/

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Pé infantil x Joanete

Acho importante as mães leitoras do blog saberem dessas informações e prevenir joanete nos seus filhos (principalmente filhas):

O pé possui 26 ossos, 2 sesamóides, 114 ligamentos e 20 músculos. Todas essas partes estão interligadas através de tecidos conjuntivos, vasos sangüíneos, e nervos, sendo todo esse complexo revestido por camadas de pele. Quando sadios, os pés garantem a sustentação e o deslocamento de nosso corpo, suportando cargas enormes durante o caminhar, a corrida e o salto sem qualquer dor ou desconforto.

A estrutura do pé infantil é bastante frágil. Ao nascer, as deformidades dos pés estão relacionadas à posição intra-uterina forçada. Apenas algumas pequenas porções do esqueleto do pé e tornozelo estão ossificadas, sendo que sua maior parte é constituída por cartilagem. Até os oitos mêses de idade, os ossos são relativamente largos e de contornos arredondados. O bebê passa a maior parte do tempo deitado e nessa fase é aconselhável que esteja descalço em casa ou quando a temperatura ambiente o permita.

A ossificação vai ter lugar até os seis anos de idade, quando atinge forma semelhante ao adulto. A formação final tem lugar entre os 14 e 20 anos. As crianças até 2 anos devem ser estimuladas a andar descalças, para exercitar a musculatura de seus pés.Quando chegam à idade escolar, a maioria já sofre algum problema nessa parte do corpo, quase sempre estimulado pelo uso de calçados inadequados.

Os calçados - O estudo do pé infantil tem sido, uma preocupação para algumas marcas de calçado infantil, porque o uso de calçado inadequado pode provocar deformações permanentes. O calçado deve ajustar-se corretamente no comprimento e na largura, acomodando os dedos em posição natural, permitindo os movimentos do pé. Deve existir um pequeno espaço na frente, escolha o tamanho de modo que entre a ponta do calçado e as pontas dos dedos haja pelo menos l a 1,5 centímetros (uma polpa digital), para acompanhar o deslocamento do pé ao caminhar. É muito importante que os calçados tenham a forma dos pés e não que os pés se deformem para caberem nos calçados. Está demonstrado, sem sombra de dúvidas, que calçados apertados e pequenos causam deformidades nos pés.

A forma deve ter um bom encaixe do calcanhar para segurar o pé dentro do calçado, evitando fricções. Os ligamentos são bastante frouxos e elásticos, fazendo com que os pés tenham uma mobilidade e flexibilidade muito grande. A criança que já caminha, precisa de uma sola um pouco mais grossa, firme e um tanto flexível, para que ela possa sentir as irregularidades do chão. A sensação destes estímulos é importante para desencadear os reflexos nervosos que vão ativar a musculatura, melhorar o equilíbrio, a postura e o desempenho funcional dos pés.

Um dos problemas mais freqüentes é o chamado pé plano (pé-chato), que causa dificuldades no movimento da criança. A criança tem tendência a formar o pé plano ( é uma debilidade dos músculos e dos ligamentos que unem os ossos sobre os quais se apóia todo o corpo).

Nas crianças os arcos plantares surgem por volta dos dois anos, mas consideramos normal que surjam até os 3 anos de idade. A partir desta idade, dizemos que a criança tem pés planos da infância. Esperar que se estabeleça a tendência defeituosa para depois se corrigir, exigirá muito mais tempo; a prevenção é o caminho certo.

Saltos e saltinhos prejudicam o desenvolvimento dos pés e da coluna vertebral. Evite os bicos finos, principais causadores de joanete e unha encravada. Com sapatos de solado plano, o peso do corpo fica distribuído de maneira mais uniforme pela ondulada extensão do pé. Com o salto alto, a pressão vai toda para o hálux, nome científico para o popular dedão. O resultado pode vir em graus diversos. Cansaço e dor são os mais costumeiros e fáceis de enfrentar. Mas há até quem acabe sofrendo de deformidades ósseas, como joanete, ou de problemas na musculatura da coxa e na curvatura lombar. Sem falar nos riscos de queda, lesões dos ligamentos e luxações no tornozelo, provocados pelo equilíbrio precário do andar nas alturas. Mesmo os saltos femininos menores, podem causar transtornos. Bem, os sapatos podem ser os nossos aliados num tratamento podológico ou podem acabar com toda a nossa perícia e boa intenção em dar à pessoa o que existe de melhor em cuidados com os pés. Os sapatos foram feitos para agasalhar, acariciar os pés e jamais maltrata-los, os calçados inadequados podem causar ou agravar problemas já existentes.

As meias - Quanto às meias, aconselho que as mude diariamente. Meias de algodão podem ajudar a manter os pés secos porque absorvem a umidade. Meias de lã pesadas podem aumentar o suor. Se os pés suam muito, troque as meias duas vezes ao dia.A meia deve ser 2 cm aproximadamente mais comprida do que o pé. O ambiente quente e úmido dentro dos sapatos, facilita e promove o crescimento bacteriano e fúngico na pele e unhas dos pés. O odor resulta da multiplicação desses organismos. O tratamento eficaz depende da eliminação desses agentes infecciosos. Assim, as medidas de combate ao mau cheiro, como carvão ativado e desodorantes para os pés, não resolvem o problema, pois não atingem sua causa primária.

O uso de tênis - Após praticar esporte, por exemplo, a maceração da epiderme, com a decomposição de células epiteliais e de substâncias orgânicas do suor, além de provocar desagradável odor, vai causar irritação cutânea e propiciar infecções, especialmente: micoses, eczemas, pé-de-atleta e onicomicoses. A transpiração dos pés cria condições perfeitas para que os fungos se desenvolvam dentro do tênis, principalmente quando este acaba ficando úmido e fechado no armário após os exercícios diários ou finais de semanas, resultando mau cheiro ( chulé ) que, mesmo sendo inconveniente, geralmente não recebe muita atenção.

Um grande número de problemas nas unhas resulta do trauma e da compressão que se aplica sobre elas. Calçados muito curtos ou apertados, com uso exagerado em pés e dedos deformados causam, sem qualquer dúvida, lesões nas unhas. As unhas são lâminas de queratina que recobrem as falanges e originam-se da matriz ungueal. Muitos recém-nascidos têm unhas macias que se dobram e encurvam facilmente. Porém, elas não são verdadeiramente encravadas porque não entram na carne. As unhas do pé crescem lentamente e são, de modo geral, muito moles. Não é preciso que fiquem tão curtas, cortá-las uma ou duas vezes ao mês é suficiente. Seu crescimento é contínuo servindo como um elemento de proteção das pontas dos dedos.

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Joanete: o que é e causas com mais detalhes que o comum

Generalidades

Os joanetes, denominação popular da deformidade do Hálux Valgo, consiste no desvio lateral do grande dedo (desvio da falange proximal do hálux sobre a cabeça do primeiro metatársico).

À medida em que se estabelece este desvio, vários outros, secundários, vão se instalando:

  • ocorre um deslocamento lateral dos tendões flexores e extensores e dos ossículos situados sob a cabeça do primeiro metatársico de forma que o hálux torna-se insuficiente.
  • começa a haver, por ação da pressão do calçado, um alargamento da porção interna da cabeça do metatársico formando uma saliência óssea globosa (exostose) que costumeiramente se denomina "joanete". Sobre essa exostose, forma-se uma bolsa sinovial sujeita a processos inflamatórios ou infecciosos (bursites) extremamente dolorosos.
  • os tecidos capsulares mediais tornam-se alongados e os laterais tornam-se encurtados ocorrendo, com o tempo, um enrijecimento destas estruturas na posição defeituosa.
  • os dedos laterais, principalmente o segundo, passam a sofrer a ação do grande dedo deslocado lateralmente e podem sofrer luxações dorsais, ventrais ou desvios laterais.

Enquanto cresce a deformidade, aumenta a exostose na face medial da cabeça do metatársico e agravam-se a bursite e a dor. A articulação metatarso falângica vai sendo luxada lateralmente até o ponto de completa incompetência do grande dedo que vai sendo gradativamente excluído da marcha e sobrecarregando os dedos laterais.

Este estado pode ser notado pelo deslocamento progressivo do segundo dedo (e muitas vezes dos demais) e pelo aparecimento de calosidades plantares sob as cabeças dos metatársicos laterais.

Causas

O Hálux valgo pode ser produzido pela ação direta dos calçados de pontas estreitas e saltos altos que forçam uma estrutura trapezoidal (o ante pé) a permanecer em um continente triangular (câmara anterior dos calçados). A elevação dos saltos, desloca o peso corporal para a frente do pé de forma a atuar como um agente de reforço para a produção da deformidade.

Outra causa freqüente é a presença de um desvio congênito do primeiro metatársico (metatarso primo varo), que torna o ante pé largo. Quando o pé é calçado, mesmo em sapatos não tão apertados, há uma desproporção entre o conteúdo e o continente e o grande dedo é empurrado lateralmente. Esta forma de Hálux Valgo, aparece já no início do desenvolvimento do indivíduo - até em crianças - e recebe a denominação de Hálux Valgo Juvenil.

Os pés planos valgos do adulto podem, por propiciar uma marcha inadequada sobre a borda interna dos pés, produzir um deslocamento lateral do hálux gerando toda a gama de alterações características do hálux valgo. As doenças articulares ou neurológicas que produzam desequilíbrios neuro-musculares dos pés podem também culminar com a produção de quadros completos da deformidade.

Os processos inflamatórios resultantes das artrites (Artrite Reumatóide, Artrite Psoriática, Gôta Úrica, etc...) são importantes causas na gênese desta deformidade sendo as responsáveis, dentre todas, pelos casos mais graves.

Clínica

O paciente, geralmente do sexo feminino (5 mulheres:1 homem), adulta da 4a. ou 5a década, refere dor na região da exostose e bursa ou sob as cabeças dos metatársicos. A queixa da deformidade, só quando muito acentuada ou nos pacientes mais jovens, predomina sobre a dor.

Os fatores que acompanham mais freqüentemente o hálux valgo são as hiperqueratoses plantares (calos plantares) com metatarsalgias (dores na região anterior do pé) e as sub-luxações e luxações do segundo dedo. Quando estas ocorrem, acrescentam-se às queixas originais, as específicas destas deformidades acessórias.

Tratamento:

Não há método conservador que sirva para o tratamento da deformidade já instalada de hálux valgo. O uso de afastadores interdigitais ou toda sorte de inventos não se mostrou eficaz para a redução das diversas anormalidades desenvolvidas pela deformidade.

O tratamento conservador (uso de calçados especiais com câmara anterior ampla e palmilhas de acomodação, tratamento das bursites e calosidades dorsais e plantares) restringe-se à prevenção do aparecimento do quadro completo, visa impedir a progressão ou apenas dar suporte àqueles pacientes que não disponham de condições gerais ou locais para serem submetidos ao tratamento cirúrgico.

Nas crianças e adolescentes portadores de Hálux Valgo, indicamos a utilização de aparelhos noturnos (órteses plásticas confeccionadas sob medida) para evitar a progressão do quadro. Estudo realizado na UNIFESP - Escola Paulista de Medicina, demonstrou que não se consegue corrigir a deformidade já instalada mas evita-se a rápida progressão dos desvios enquanto amadurece o aparelho locomotor. Vários pacientes tratados por este método durante a juventude, optaram pelo tratamento cirúrgico definitivo em função da dor e do temor do agravamento do incômodo.

São inúmeras as técnicas descritas na literatura médica para o tratamento do Hálux Valgo. O critério de escolha de uma destas técnicas e sua aplicação, dependem da análise do quadro clínico, das radiografias e do estabelecimento de metas e objetivos do paciente em conjunto com seu médico.

É imprescindível o estudo detalhado de cada caso e a apresentação criteriosa das possibilidades terapêuticas possíveis. O conhecimento, por parte do paciente, de todos os prazos, dificuldades e restrições que ele deve enfrentar durante o período de tratamento e recuperação bem como das limitações impostas pela gravidade de sua deformidade, são preponderantes para que seja atingido o mais elevado grau de satisfação.

Dicas

1. Não há método de tratamento (conservador ou cirúrgico) que se aplique a todos os graus desta deformidade. Existem linhas de conduta que devem nortear o médico na escolha adequada do tratamento para cada caso em particular.

2. Não devemos subestimar o complexo de deformidades que compõem o quadro conhecido como Hálux Valgo. Não se trata de patologia de fácil resolução e a escolha da tática de tratamento adequada depende da experiência e formação do ortopedista. Esta é a principal razão pela qual deve-se optar pelo especialista em Medicina e Cirurgia do Pé para o tratamento destas afecções.

3. Não se deve, por outro lado, deixar levar pelas estórias de pacientes insatisfeitos ou infelizes com seus tratamentos dos joanetes. O progresso da tecnologia e os avanços da Medicina, introduziram novas técnicas e equipamentos que melhoraram grandemente os resultados mais recentes. É imperativa a escolha de pessoal atualizado e especializado na Medicina e Cirurgia do Pé a fim de evitar surpresas e acabar, de uma vez por todas, com a má fama que é atribuída popularmente tratamento do Hálux Valgo.

Caio Nery

www.unifesp.br


Matéria enviada por uma leitora do Blog

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Joanete: calçados inadequados são os principais vilões

Problema é mais comum entre as mulheres. Sapatos de salto alto e bico finos são apontados como grandes causados, em conseqüência da sobrecarga que provoca. Hoje o tratamento efetivo à deformidade continua sendo o cirúrgico

O termo “joanete” se refere à saliência óssea localizada na face medial do pé das pessoas portadoras de Hálux Valgo. Pode ser doloroso e causar vários transtornos como deformidades e dificuldade para uso de calçados fechados.

O Hálux Valgo é o desvio lateral do “dedão” do pé que se aproxima do segundo dedo. Essa alteração é geralmente progressiva e pode estar relacionada com fatores como predisposição familiar, uso de calçados inadequados, doenças reumáticas, pés planos e trauma. Atinge mais os adultos e é mais frequente nas mulheres. Pode surgir na infância, quando é denominado de Hálux Valgo Juvenil.

O sapato feminino, de salto alto e bico fino, aparece como um grande vilão para a formação e/ou progressão do joanete. Ele projeta grande parte do peso do corpo para o antepé, que se afunila na ponta do calçado, o que sobrecarrega os dedos e leva a deformidades e calosidades.

Com relação ao aspecto hereditário, não podemos negar a presença de fatores familiares, pois há muitos casos nos quais o joanete se repete em várias gerações. É consenso que, nas pessoas que apresentam um distúrbio básico do pé com predisposição para o aparecimento do joanete, o uso do calçado inadequado acelera o aparecimento deste desvio.

COMPLICAÇÕES

As doenças reumáticas, como a artrite reumatoide, artrite psoriática, lupus eritematoso sistêmico, entre outras, podem levar à formação do Hálux Valgo com dedos em garra e calosidades. É importante o diagnóstico dessas patologias para a definição do tratamento adequado.

As complicações mais relacionadas com o incômodo são os dedos em garra e a metatarsalgia de transferência (dor na face plantar central do pé) provocada pela sobrecarga durante a marcha. O tratamento conservador não leva em consideração a correção do joanete. Medidas suportivas, como o uso de calçados com forma larga e câmara anterior alta o suficiente para comportar confortavelmente os dedos, minimizam as dores e permitem um melhor convívio com o problema. O uso de espaçadores dos dedos, corretivos noturnos e palmilhas aliviam os sintomas dolorosos em casos bem indicados.

O único tratamento efetivo para corrigir o problema é o cirúrgico, que deve ser indicado naqueles pacientes que não conseguem sucesso com as medidas conservadoras já citadas. Mais de uma centena de técnicas cirúrgicas são propostas por diferentes autores, o que mostra que um mesmo procedimento não corrige todos os casos.

AVALIAÇÃO CRITERIOSA

O Hálux Valgo pode ser classificado por meio do exame radiográfico como leve, moderado ou grave. A avaliação criteriosa do grau de deformidade permite a escolha do tipo de cirurgia mais adequada, aumentando o índice de sucesso do tratamento. O paciente deve ser alertado que não se trata de uma cirurgia meramente estética, e sim funcional, cujo objetivo é a obtenção de conforto e comodidade ao uso de calçados comerciais.

Por se tratar de um desequilíbrio osteoarticular do pé, as correções devem ser realizadas mediante alinhamentos ósseos e posicionamento adequado das articulações. O tempo estimado para que ocorra a consolidação óssea e a cicatrização total das partes moles é de seis semanas. Durante esse período o (a) paciente deverá fazer uso de talas ou calçados especiais.

É difundida a ideia de que a cirurgia para correção do joanete é extremamente dolorosa. Não é verdade. O uso de bons analgésicos permite um período pós-operatório tranquilo, o que torna o quadro álgico compatível com qualquer outro procedimento operatório. Deve-se lembrar que o limiar de dor é próprio de cada indivíduo e que a cirurgia não deve causar o mesmo sofrimento em diferentes pacientes.

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Por Dr. Orides Rinaldi Merino


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Salto alto e mulheres corredoras: dupla que não dá certo!

Salto alto é bonito e deixa a mulher elegante. Mas saiba que ele altera a passada normal na caminhada e ainda é um vilão para pés, pernas e coluna. A elegância feminina está praticamente associada com a expressão “subir no salto”. Mas como quase tudo na vida de uma mulher preocupada com a aparência, ficar com as pernas bonitas e a postura mais alinhada tem seu preço. “O uso excessivo causa um encurtamento do Tendão de Aquiles e da musculatura isquiotibial”, explicou o dr. José Marques Neto, especialista em ortopedia e traumatologia e pós-graduado em fisiologia do exercício. Além disso, o aparecimento de joanetes e dedos em garras também é comum em mulheres que abusam dos saltos.

Esses efeitos atingem diretamente a vida da mulher corredora, uma vez que o Tendão de Aquiles é o ligamento que reveste o calcanhar. Já a musculatura isquiotibial é aquela que vai da coluna lombar ao pé, ou seja, ambos são muito exigidos durante a corrida. “Entre os problemas que um corredor pode ter estão: dores no pé, rigidez na planta dos pés e perda da capacidade do movimento de propulsão”, falou o especialista.

Em contrapartida, aquelas que praticam corrida rotineiramente têm menos chances de apresentar esses problemas. De acordo com a ortopedista especialista em pé e tornozelo Cibele Réssio, da Unifesp, quem pratica atividades físicas de impacto constantemente tem tendões, ligamentos e ossos muito mais resistentes a eventuais lesões. “Esses exercícios induzem à produção de massa óssea e aumentam a resistência da estrutura do esqueleto. Além disso, melhoram a vascularização nos tendões e na membrana que recobre o osso”, falou.

Outra vantagem das corredoras em relação às sedentárias é a rotina de alongamentos, que são os exercícios mais indicados para evitar dores e relaxar a musculatura. “Vale dar uma atenção maior ao músculo posterior da coxa e aos isquiotibiais da perna e do pé na hora de alongar”, falou Cibele.

Joelhos e coluna também sofrem

A principal articulação do corpo também tem prejuízo com o uso constante desse tipo de calçado. “O calcanhar elevado pelo salto faz com que a mulher ande com os joelhos mais dobrados. Essa mudança traz uma sobrecarga na região logo abaixo da patela, o que pode causar uma rachadura na cartilagem, chamada condromalácia, ou até mesmo tendinite patelar, uma inflamação dos tendões dessa região”, explicou Ari Zekcer, ortopedista, cirurgião de joelho e médico do esporte pala Unifesp.

Além dos joelhos, as mulheres podem ainda apresentar problemas de postura por atingir diretamente a coluna. “A retração de toda a cadeia muscular posterior pode gerar um aumento da lordose lombar”, alertou José Marques Neto.

Altura ideal

A ortopedista Cibele Réssio realizou testes para analisar 400 passos de dez mulheres descalças e com saltos de 3 cm a 9,6 cm , para descobrir as alterações causadas na marcha. A conclusão foi que todos os saltos são maléficos. “Acima dos 3 cm , os saltos trazem os mesmos problemas que os de 9 ou 10 cm ”, afirmou.

O ortopedista Ricardo Munir Nahas concorda com a tese de que o desnível entre a parte da frente do pé e o calcanhar não pode passar de 3 cm . “Aquelas que usam saltos diariamente devem preferir os chamados anabela”, indicou. “Até mesmo as plataformas, que distribuem melhor a pressão na planta do pé, devem deixar a sola mais paralela ao chão possível”, sugeriu Cibele Réssio.

Apaixonada por salto e pela corrida

Carolina Kauffmann sempre usou saltos muito altos. Aos 16 anos trabalhava em uma boutique e ficava mais de seis horas em pé sobre eles. Aos 22 anos, começou a praticar corrida e não passava de meia hora de exercício. Mas foi no momento em que resolveu treinar mais forte que todo o tempo em cima dos saltos fez a diferença. “Comecei a sentir muitas dores no joanete, que me impossibilitavam de correr”, contou.

Além de gostar de usar os saltos, Carolina é design de sapatos e sempre foi muito ligada a moda. Mas quando precisou ficar três meses fora das pistas percebeu que a paixão pela corrida era maior. “Por causa da inflamação no joanete não pude participar da Meia do Rio. Por isso, tive que praticamente abolir o uso desses sapatos”, falou a corredora de 34 anos. Atualmente, ela usa saltos apenas aos fins de semana, mas evita em períodos pré-prova, e faz fisioterapia semanalmente para aliviar a tensão nos tendões e musculatura da perna. “Tive um problema de pisada, por jogar o peso do corpo para um lado só. O que gerou uma fratura por estresse na tíbia também”, contou. Mas ela superou o problema e está treinando para a Meia do Rio deste ano (2008), que será realizada em 12 de outubro. “Trabalho com moda e existem alguns protocolos sobre o uso de saltos que precisei quebrar por causa da minha paixão pela corrida”, completou.


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Tratamento conservador para Joanete

Um problema muito comum nos pés é o hálux valgo, mais conhecido como joanete, que aparece relacionado ou não à atividade esportiva. Porém, alguns fatores podem aumentar a predisposição do atleta à essa alteração, o que pode comprometer a performance na corrida. Uma maior freqüência dessa deformidade entre os corredores está relacionada à participação crescente em atividades esportivas, principalmente de pessoas com mais de 40 anos, o que resulta num aumento considerável do número de lesões ligadas ao joanete.

O tratamento mais divulgado para o joanete é a cirurgia, contudo, como fisioterapeutas, além de informar o que é e porque acontece, vamos focar nesta matéria a possibilidade de um tratamento conservador, pouco explorado no meio ortopédico.

O hálux valgo é um desvio lateral do dedão do pé com o desvio medial do primeiro osso do metatarso (osso longo do "peito" do pé), como ilustrado na figura 1. Essa deformidade pode progredir para uma subluxação da articulação metatarsofalangeana, ou seja, resulta na perda do contato articular desses dois ossos que sofrem o desvio.

Muitas causas possíveis. O joanete ocorre quase que exclusivamente nas sociedades que usam sapato, o que historicamente é evidenciado com um grande aumento na incidência dessa doença após a Segunda Guerra Mundial, quando foram introduzidos modelos de sapatos mais modernos, principalmente com bicos mais finos. Isso também explica a alta prevalência de joanetes em mulheres entre quarenta e sessenta anos.

Apesar do uso de sapatos inapropriados parecer ser a principal causa, fatores intrínsecos têm um papel muito importante na formação do joanete. As principais alterações músculo esqueléticas que causam essa deformidade são: pé plano, pé pronador, contratura (tensão exagerada) do tendão de Aquiles, frouxidão ligamentar, genu valgo (joelho em "x") e hereditariedade.

Exame físico. A principal queixa do atleta com joanete é dor na articulação metatarsofalangeana do dedão, que é a articulação do dedão com o pé. Com a alteração do alinhamento ósseo, forma-se uma bursa (bolsa de líquido) na lateral dessa articulação, que facilmente se inflama (observe a localização dela na figura 1). Essa bursa sofre irritação e inflamação devido ao trauma direto e a pressão repetitiva decorrente da corrida e do uso de sapato estreito. A pressão exercida pelo sapato pode causar o pinçamento do nervo do dedão, resultando em dor e adormecimento. O adormecimento é muito comum em corredores e pode envolver todos os dedos do pé.

O exame físico deve ser realizado com o atleta sentado e em pé, já que ao colocar o peso do corpo sobre o pé a deformidade, tanto do dedão como qualquer outra alteração biomecânica (de alinhamento), será acentuada. O exame minucioso da musculatura do pé e dos nervos dessa região deve ser realizado.

Em corredores é importante observar a caminhada e a corrida. A observação detalhada da caminhada e corrida na esteira pode revelar alterações mecânicas (músculo-esqueléticas) importantes para a escolha do tratamento adequado. Na nossa experiência, pacientes com joanete comumente apresentam fraqueza do músculo tibial posterior, pé plano (chato) e hiperpronado.

Além do exame físico e da análise da caminhada e corrida, o raio-X pode auxiliar na identificação de outras anormalidades, como dedos em martelo (figura 2) ou em garra (figura 3), subluxações e luxações do segundo dedo decorrente da gravidade do joanete. O raio-X também esclarece o quanto severo é o joanete.

A formação do joanete resulta na limitação do movimento da articulação do dedão. Se levarmos em consideração que a corrida acarreta em uma sobrecarga (250% do peso corporal) sobre os ossos da parte da frente do pé, enquanto que a caminhada resulta em apenas 80% do peso corporal, fica claro o quanto a limitação funcional do movimento do dedão pode comprometer a performance do atleta.

Tratamento conservador. O tratamento conservador deve ser a primeira alternativa, principalmente no caso de corredores, já que a cirurgia de correção do hálux valgo tem como principal conseqüência a rigidez ou diminuição do movimento da articulação metatarsofalangeana. Conseqüência essa que pode prejudicar o rendimento do corredor e principalmente alterar a pisada, formando um mecanismo compensador que pode levar a outros problemas ortopédicos.

O tratamento do hálux valgo deve focar não apenas a deformidade do dedão, mas também as alterações biomecânicas que, associadas, podem causar essa deformidade.

O tratamento inicial tem como objetivo diminuir a dor e a inflamação. Para atingir esses objetivos a fisioterapia pode fazer uso da aplicação do ultra-som, gelo e mobilização articular do hálux. A utilização de medicação antiinflamatória auxilia o tratamento fisioterápico e deve ser prescrita por um especialista (ortopedista). É de extrema importância que as atividades atléticas sejam modificadas para reduzir o stress causado no joanete. Deve-se evitar corrida em terrenos irregulares (principalmente com subidas), treinos de tiro e atividades que envolvam chutes (futebol e lutas marciais) ou posturas ajoelhadas. As atividades mais indicadas para essa fase são: ciclismo, natação, remo e deep running (corrida dentro da água com uso de flutuadores).

Com a redução da dor o fisioterapeuta deve focar na restauração da mecânica normal da marcha, o que envolve equilíbrio muscular e adequado alinhamento das articulações do membro inferior. Assim que o atleta referir melhora da dor, devem ser iniciados o relaxamento e alongamento dos músculos e tendões da perna e pé que se apresentam encurtados, para que se evite qualquer limitação do movimento nestas regiões.

Os principais músculos a serem alongados são: os músculos da panturrilha (gastrocnêmio e sóleo) e o músculo que dobra o dedão (flexor longo do hálux). O alongamento do músculo do dedão deve ser realizado e instruído pelo fisioterapeuta, que ao aplicar suave tração na articulação buscará primeiramente o alinhamento da articulação, já que deformidade deve ser corrigida manualmente antes da aplicação de força na direção que se deseja alongar. O fisioterapeuta deve ensinar e treinar o atleta para que este repita o alongamento três a quatro vezes ao dia.

Simultaneamente com os exercícios de alongamento deve ser iniciado um programa de fortalecimento para a musculatura intrínseca do pé e músculos da perna. Os músculos mais importantes a serem fortalecidos são: músculos abdutores e rotadores externos do quadril, tibial posterior (este músculo ajuda no suporte do arco do pé, controlando a pronação) e os músculos da sola do pé.

A progressão do número de repetição e resistência indicada para cada exercício depende da força inicial de cada músculo e da presença de dor um dia após os exercícios. Portanto, deve ser definida pelo fisioterapeuta que está guiando o seu tratamento.

O programa de fisioterapia dura em média duas a cinco semanas. Ao retornar à corrida o atleta deve manter os exercícios de alongamento e fortalecimento duas a três vezes por semana.

Cirurgia. Alguns corredores po­dem não obter sucesso com o tratamento conservador, principalmente nos casos em que a alteração da articulação é mais acentuada. Para estes casos a cirurgia pode ser uma boa opção, já que atualmente a correção do alinhamento do dedão é menos agressiva, permitindo uma recuperação mais rápida e com menos seqüelas.


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Continuação da experiência da leitora

7º dia (o amarelo é do iodo)


02/02/11

7º dia

Hoje fui ao médico trocar o curativo, achei que não teria coragem de olhar o meu pé mas olhei e achei lindo! O dedo está bem no lugar (não pode ficar totalmente retinho, todo mundo tem um joanetezinho fisiológico).

Eu esperava um pé roxo mas não estava nem um pouco! Os cortes são grandes, principalmente o do metatarso. Aí vai a foto, o pé está amarelo do iodo e virei um pouco pra mostrar os pontos.

Não preciso tomar nenhum remédio, já que não sinto dor. O médico recomendou compressas frias e pediu para eu tentar mexer os dedos, principalmente o dedão. Já posso dormir virada pro lado do joanete.

Na semana que vem volto pra tirar os pontos e o médico pedir as sessões de fisioterapia. Ele também vai liberar para andar com a sandália de barouk.

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Mais um relato de cirurgia de uma leitora

Tenho 36 anos e tenho joanete desde criança e sempre doeu (muito). Quando eu era pequena colocava o dedão no lugar usando meia, faixa, o que tivesse. Sempre que chegava em casa e tirava o sapato (baixo, largo), sentia uma forte dor e uma vontade de arrancar aquela coisa de lá.

ANTES
02/12/10: consulta com o médico
Como eu já sabia, meu caso é cirúrgico (pé esquerdo). O médico explica que é uma das cirurgias mais simples da ortopedia, 1h30min de operação e um dia de internação. A anestesia é a raqui com sedação.
Serão 45 dias sem pisar no chão sendo os primeiros 15 de repouso total. Salto alto só depois de 6 meses! (apesar que já não uso pois dói demais).

Agendei a cirurgia pro fim de janeiro, depois das férias do médico. Foi péssimo ter agendado com tanta antecedência, fiquei sofrendo, perdi o sono, imaginava a dor e ouvia histórias terríveis de pessoas próximas a mim (que tinham ouvido falar do pós operatório, ninguém conhecia de fato alguém que tivesse operado).

25/01/11: véspera da cirurgia
Sofri tanto que na véspera até estava calma. Li muito sobre o assunto na internet e o blog Os Pés me ajudou a ter a certeza que mesmo com um pós operatório difícil, VALIA A PENA operar o pé que dói.
Também perguntei pro meu marido se ele achava loucura o que eu ia fazer. Ele disse: “Você diz que quer fazer essa cirurgia há anos. Te incomoda tanto que você está disposta a passar por isso.” Acabei ficando mais confiante.
Tirei foto, olhei pro meu pé muitas vezes, mexi, me despedi dele. Queria registrar bem o “antes” na minha cabeça.

DURANTE

26/01/11: dia da cirurgia
Em jejum desde a noite anterior, tomei um bom banho, me arrumei e fui bem cedo pro hospital. Lá demorou umas 2 horas desde a internação até o anestesista aparecer. Ele explicou: a raqui é a melhor anestesia pois garante total relaxamento da região e tem um efeito mais prolongado que as demais anestesias (como a geral por exemplo). Isso ajuda muito nas primeiras 24hs, quando ocorre a pior dor do pós operatório. Ele disse que eu tomaria um calmantezinho no quarto e lá no centro cirúrgico seria sedada e receberia a raqui na coluna. Também falou que a famosa dor de cabeça da raqui ocorre em 0,2% dos casos atualmente e é mais comum em cesáreas. Eu nunca tinha tomado pois meus 2 partos foram normais, com peridural.

Pus a camisola ridícula de hospital. Pq ficar pelada se a cirurgia é no pé??? (deve ser por causa de contaminação, não sei).
Quando chegou a maca lá pelas 10hs, entrei em pânico. Chorei um pouco e pedi apoio pro meu marido, que falou o tradicional “vai dar tudo certo” e me abraçou. Era isso e o Dormonid que tomei no bumbum, que eu precisava.
No centro cirúrgico brinquei com o medico: “Ninguém marcou qual é o pé, não vai operar o pé direito errado, hein”. Ele respondeu: “Não se preocupe, o esquerdo é bem mais deformado”. Simpatia ou franqueza de médico, não sei.
Colocaram o acesso, tomei o sedativo na veia e não vi mais nada.

Acordei um tempo depois na sala de recuperação com uma enfermeira falando alguma coisa comigo. Eu estava sem a camisola, enrolada em lençol, com umas coisas grudadas no meu peito (aqueles monitores cardíacos e etc.). Não sentia nenhuma dor e a coisa mais estranha era não sentir a bunda.

Fiquei lá um tempo e fui pro quarto umas 16hs.

Tomei antibiótico, antiinflamatório e dipirona pra dor. Mas não estava com nenhuma dor, nada. Comi, fui ao banheiro.

A noite não consegui dormir nada. O pé Latejava e pedi um Tramal. Não adiantou e aí entendi que o pé inchou um pouco e a atadura ficou apertada. A enfermeira afrouxou a atadura e aliviou muito (foto). Mas a posição de barriga pra cima, o medo de mexer o pé e as entradas das enfermeiras pra dar remédio não me deixaram pregar o olho na primeira noite. Foi ruim, mas beeeeem menos dolorido do que imaginei que seria.

DEPOIS
27/01/11: 1º dia de pé novo
O médico só apareceu hoje. Olhou, trocou a atadura, me deu alta e instruções:

1. Pé sempre elevado acima do coração. Não elevar muito pois pode faltar sangue.
2. Pode e deve mexer o pé e dos dedos. Ajuda na circulação.
3. Só levantar para ir ao banheiro.
4. Usar sandália de barouk mas o melhor é muleta para não apoiar nem o calcanhar.
5. Não molhar nem abrir o curativo. Corre risco de infecção.
6. Não precisa mais tomar antibiótico. Só antiinflamatório e um remédio leve pra dor (Lisador) no horário prescrito, não precisará de mais que isso.
7. Voltar em 1 semana pra trocar o curativo.



Também explicou que cortou em três lugares: entre dedão e 2º dedo para cortar o tendão de puxa o dedão, no joanete em si e no osso metatarso para corrigir a angulação pois essa é a causa do problema. No metatarso ele colocou uma placa e parafusos para ajudar na posição e calcificação. Não sabia ao certo a quantidade de pontos, uns 10.

Achei interessante quando ele contou que quando acabou o procedimento eles aplicaram anestesia local no pé, para conter a dor quando eu acordasse. Ele disse que é mais fácil evitara a dor do que tratar a dor que já se instalou. Parece ter funcionado, já que eu não sentia nada alem do incomodo da atadura entre o dedão e o 2º dedo, que é o que faz o dedão ficar no lugar certo e não onde ele está acostumado.

Fui de cadeira de rodas até o carro e deitei no banco de traz. Em casa já estavam as muletas que usei para entrar e subi a escada de bunda. Tudo certo. Sem dor, só um pouco quando colocava o pé para baixo para ir ao banheiro e dava pra sentir o sangue descendo pro pé.

28/01/11: 2º dia
Comprei um banquinho de plástico para tomar banho de chuveiro dentro da banheira do meu banheiro.

Também já tinha comprado um plástico próprio pra proteger o pé/perna no banho, que vem com uma tira para fechar, bem prático. Achei numa loja de equipamentos médicos na Borges Lagoa.

Graças a deus tenho uma empregada maravilhosa que me traz comida na cama, estou passando bem!

Arrumei o criado mudo ao meu lado com tudo o que preciso: copo d’água, celular, controle da TV, revistas, remédios, pente, até alicate de cutícula, pinça e espelhinho! Também instalei um ar condicionado no meu quarto que me tornou ma pessoa privilegiada nesse verão terrível.

31/01/11: 5º dia
Tirei uma foto pra mostrar meu pé pra vocês. Está inchado mas não incomoda nem dói. Quando lembro coloco compressa gelada.

Hoje acordei com uma super enxaqueca, talvez pelos remédios que por isso não tomei hoje.
Tenho dormido bastante, leio muito, vejo TV e coisas interessantes no You Tube. Nada como o ócio criativo!
Vou relatando a evolução do meu novo pé aqui pra vocês. Por enquanto a minha experiência tem sido muito positiva e nada traumática. Estou feliz!


Antes

Antes
Depois da cirurgia
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